Pular para o conteúdo principal

EU, crucificado com Cristo!!!! E você???

Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim..."
(Gl 2.19b-20).
Os elementos anticristãos do mundo secular dariam tudo para conseguir eliminar manifestações públicas da cruz. Ainda assim, ela é vista no topo das torres de dezenas de milhares de igrejas, nas procissões, exibida como uma peça de bijuteria ao redor do pescoço ou pendurada numa orelha.
Não importa como ela for exibida, a cruz é universalmente reconhecida como símbolo do cristianismo. O próprio formato, embora concebido por pagãos cruéis para punir criminosos, tem se tornado sacro e misteriosamente imbuído de propriedades mágicas, alimentando a ilusão de que a própria exibição da cruz, de alguma forma, garante proteção divina. Milhões, por superstição.
Paulo afirmou que a "palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus" (1 Co 1.18). Assim sendo, o poder da cruz não reside na sua exibição, mas sim na sua pregação; e essa mensagem nada tem a ver com o formato peculiar da cruz, e sim com a morte de Cristo sobre ela, como declara o evangelho. O evangelho é "o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1.16), e não para aqueles que usam ou exibem, ou até fazem o sinal da cruz.
O que é esse evangelho que salva? Paulo afirma explicitamente: "venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei... por ele também sois salvos... que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1 Co 15.1-4).
Cristo tinha que ser crucificado para cumprir a profecia relacionada à forma de morte do Messias (Sl 22), não porque a cruz em si tinha alguma ligação com nossa redenção. O imprescindível era o derramamento do sangue de Cristo em Sua morte como prenunciado nos sacrifícios do Antigo Testamento, pois "sem derramamento de sangue não há remissão" (Hb 9.22); "é o sangue que fará expiação em virtude da vida" (Lv 17.11).
A crucificação de Cristo revela a intensidade da maldade inata do coração humano. Ser pregado numa cruz publicamente entre zombarias e escárnios, era a morte mais torturante, dolorosa e humilhante, legalizada pela lei. Porém assim como a cruz revela a malignidade do coração humano ela revela de forma superabundante a bondade, a misericórdia e o amor de Deus. Em contraste com esse mal indescritível, com esse ódio diabólico a Ele dirigido, o Senhor da glória, que poderia destruir a terra e tudo o que nela há com uma simples palavra, "a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz" (Fp 2.8).
A cruz prova que existe perdão para o pior dos pecadores. Muitas vezes é dado uma intensa ênfase sobre o sofrimento físico de Cristo como se isso tivesse pago os nossos pecados. Porém nossa redenção aconteceu através do fato de que a "sua alma [foi dada] como oferta pelo pecado" (Is 53.10); Deus fez "cair sobre ele a iniqüidade de nós todos" (Is 53.6); e "carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados”. (1 Pe 2.24).
A morte de Cristo é uma evidência irrefutável de que Deus precisa, em Sua justiça, punir o pecado, que a penalidade precisa ser paga, caso contrário não pode haver perdão. Porém Jesus ao ser crucificado matou o pecado que nos conduzia para morte. Na sua ressurreição Ele venceu a morte e nos concedeu a sua vida.
A grande maioria da humanidade tem afeição por um Jesus pregado na cruz, entretanto, tragicamente rejeitam a Cristo ressurreto.
A cruz é o lugar onde nós morremos em Cristo. O evangelho foi concebido para fazer com o eu, aquilo que a cruz fazia com aqueles que nela eram postos: matar completamente. Essa é a boa notícia na qual Paulo exultava: "Estou crucificado com Cristo". A cruz não é uma saída de incêndio pela qual escapamos do inferno para o céu, mas é um lugar onde nós morremos em Cristo. É só então que podemos experimentar "o poder da sua ressurreição" (Fp 3.10), pois apenas mortos podem ser ressuscitados. Que alegria isso traz para aqueles que há tempo anelam escapar do mal de seus próprios corações e vidas; e que fanatismo isso aparenta ser para aqueles que desejam se apegar ao eu.
Paulo declarou que, em Cristo, o crente está crucificado para o mundo e o mundo para ele (Gl 6.14). É linguagem bem forte! Este mundo odiou e crucificou o Senhor a quem nós amamos – e, através desse ato, crucificou a nós também. Nós assumimos uma posição com Cristo. Crer em Cristo pressupõe admitir que a morte que Ele suportou em nosso lugar era exatamente o que merecíamos. Quando Cristo morreu, portanto, nós morremos nEle: "...julgando nós isto: um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou" (2 Co 5.14-15).
Muitos protestantes vivem em incerteza semelhante, com medo de que tudo será perdido se eles falharem em viver uma vida suficientemente boa, ou se perderem sua fé, ou se voltarem as costas a Cristo. Existe uma finalidade abençoada da cruz que nos livra dessa insegurança. Cristo jamais precisará ser novamente crucificado; nem os que "foram crucificados com Cristo" ser "descrucificados" e aí "recrucificados"! Paulo declarou: "porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus" (Cl 3.3). Que segurança para o presente e para toda a eternidade!

Adaptado por Eric Gomes do Carmo (05/2001)
(Originalmente: A Finalidade da Cruz) (Dave Hunt – TBC 10/95 – traduzido por Eros Pasquini, Jr.)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

DOIS FILHOS E O ARREPENDIMENTO

E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando- se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. Dirigindo- se ao segundo, disse- lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou- lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus. Porque João veio a vós outros no caminho da just...iça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele. (Mateus 21:28-32) Quem conhece sua própria condição não sustenta soberba ou arrogância, mas por causa do amor de Deus se derrama diante DEle clamando sua misericórdia. Contextualizando, publicanos eram pessoas non gratas no meio dos judeus, pois cobravam impostos desonestos de seus pares. As meretrizes ou prostitutas eram consideradas impuras e por is...

NOSSA MAIOR NECESSIDADE

Somos criaturas com todos os tipos de necessidades. Sem ar, água ou comida, por exemplo, não podemos viver. Além dessas necessidades absolutamente básicas, nós temos uma multidão de outras que precisam ser supridas se quisermos ter uma vida saudável e feliz. Mas essas necessidades não são só físicas, emocionais e sociais; há também as espirituais. Alguém que pensa que seres humanos são meros organismos não estão dando o devido valor à nossa necessidade mais essencial. Dousglas Coupland escreveu sobre isso em seu livro Primeiro, o Amor. Depois, o Descanso (Ed. José Olympio, 1994). “Aqui está o meu segredo: eu lhes digo isso com o coração aberto de uma forma que acho que nunca mais poderei ter... Meu segredo é que eu preciso de Deus – que eu estou doente e não consigo mais viver sozinho. Eu preciso de Deus para me ajudar a dar, porque eu pareço não mais ser capaz de dar; para me ajudar a ser bondoso, porque eu pareço não mais ser capaz de ser bondoso; para me ajudar a amar, porque e...

EDUCAÇÃO DE PAIS

Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te. Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas. Deuteronômio 6.6-8 “Educar os filhos é responsabilidade dos pais, que devem criá-los na disciplina e admoestação do Senhor, nutrindo e dando o carinho necessário alimentando-os com a palavra de Deus, da infância à maturidade”. Entretanto muitos pais têm deixado esse encargo PARA outras pessoas e inclusive a igreja. A formação da personalidade e caráter dos filhos é função prioritária dos pais. O caráter não é herdado, é formado, e tanto a masculinidade dos meninos quanto a feminilidade madura das meninas, deve ser desenvolvida por pais maduros também. Desde bem cedo as crianças sofrem a influência do lar, da escola, da igreja e da comunidade com que se relacio...