Pular para o conteúdo principal

CAMPANHA LEI MUWAJI

Quando meu sobrinho de 3 anos foi enterrado vivo, eu sofri muito. Desejei morrer junto com ele. A gente sofre muito quando enterra criança.” Makana Uru-eu-wau-wau


Centenas de crianças indígenas foram rejeitadas por suas comunidades e enterradas vivas no Brasil nos últimos anos. Essa é uma prática antiga, encontrada ainda em mais de 20 povos indígenas diferentes. Muitas dessas crianças são recém-nascidas. Outras são mortas aos 3, 5, e até 11 anos de idade. Centenas delas são condenadas à morte por serem portadoras de deficiências físicas ou mentais, ou por serem gêmeas, ou filhas de mãe solteira. Muitas outras são envenenadas ou abandonadas na floresta porque pessoas na comunidade acreditam que elas trazem má sorte.

Meu nome é Eli e eu sou um líder indígena da etnia Ticuna, do Amazonas. Como indígena, conheço muito bem a dor que essas famílias enfrentam quando são forçadas pela tradição a sacrificar suas crianças. Mas conheço também mulheres corajosas que enfrentam a tradição e literalmente desenterram crianças que estavam condenadas à morte. Essas mulheres, mesmo sem nunca terem estudado direitos humanos, sabem que o direito à vida é muito mais importante que o direito à preservação de uma tradição.

Por causa do sofrimento do meu povo indígena, e da coragem dos meus parentes que se opõem ao infanticídio, eu me dispus a trabalhar na elaboração de um projeto de lei. O primeiro esboço saiu da minha cabeça. Numa segunda fase, contei com o apoio de uma equipe de especialistas e de um deputado federal sensibilizado pela causa.

Eu como indígena e defensor dos direitos fundamentais, conclamo a sociedade brasileira, índios e não-índios, a participar da Campanha Lei Muwaji. A primeira coisa que eu peço é que você assista o documentário HAKANI. É a história real de uma menina suruwaha que foi enterrada viva, mas foi resgatada por seu irmão de nove anos. Você vai se comover com a luta desse menino para salvar a vida de sua irmãzinha.

Depois de assistir ao filme, ajude-nos a pressionar o governo para que a Lei Muwaji seja votada com urgência. Faz exatamente um ano que o projeto de lei está parado na Comissão de Direitos Humanos. Isso mostra o total desinteresse do Congresso na causa indígena. Temos menos de um mês para fazer com que a comissão vote o projeto, senão ele vai cair no esquecimento. Nós precisamos da sua ajuda. Participe da campanha e ajude-nos a superar essa prática terrível que ceifa a vida de centenas de crianças inocentes.

Eli Ticuna

“Quando eu fui enterrada, fiquei muito tempo dentro do buraco. Eu chorei muito, mas Deus me consolou e me deu uma família.” Hakani, 12 anos


O que é a Lei Muwaji?

O PL 1057, projeto de lei apresentado pelo Deputado Henrique Afonso (PT-AM) em 2007, foi batizado de Lei Muwaji em homenagem a essa mulher indígena de coragem. Muwaji Suruwaha deveria ter sacrificado sua filha Iganani, que nasceu com paralisia cerebral. Essa era a tradição do seu povo. Mas ela se posicionou contra esse costume, enfrentou não só a sua sociedade, mas toda a burocracia da sociedade nacional, para garantir a vida e o tratamento médico de sua filha.

A Lei Muwaji, se for aprovada, vai garantir que os direitos das crianças indígenas sejam protegidos com prioridade absoluta, como preconiza a Constituição Brasileira, o ECA e todos os acordos internacionais de Direitos Humanos, dos quais o Brasil é signatário. Mas o projeto tem enfrentado desinteresse e até oposição de parlamentares.


“Me desculpem, mas Direitos Humanos não vale para índio! Constituição não vale para índio!” (Deputado Francisco Praciano, em Audiência Pública sobre infanticídio na Câmara dos Deputados, em junho de 2007)



AÇÕES PROPOSTAS

• Escreva uma mensagem curta exigindo que a lei seja votada nesse mês de junho pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Você pode se basear no modelo abaixo, ou elaborar sua própria carta. Coloque na carta seu nome, sua cidade e o número de sua identidade.


Exemplo de carta para autoridades:

“Recentemente tomei conhecimento do problema do infanticídio nas comunidades indígenas, e da luta dos povos indígenas para vencer essa prática. Considerando que todas as crianças brasileiras devem contar com a proteção da Constituição Federal, do ECA e dos acordos internacionais de Direitos da Criança, dos quais o Brasil é signatário, solicito ao Exmo. Sr. que implemente com urgência os passos necessários para que o PL 1057/2007, conhecido como Lei Muwaji, seja votado na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados ainda no mês de junho de 2008. Criança é criança, independente da origem étnica. Toda criança tem direito inerente à vida.”

Assinado: João Fulano de Tal, de Jibóia, MS
RG XXXXXXX



Envie para:

Presidente da Câmara dos Deputados
ARLINDO CHINAGLIA
dep.arlindochinaglia@camara.gov.br

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados
POMPEO DE MATTOS
dep.pompeodemattos@camara.gov.br

Relatora do Projeto de Lei 1057 ( dia 29 de maio fez um ano que o PL 1057 foi entregue a ela, até hoje não se pronunciou...)
JANETE ROCHA PIETÁ
dep.janeterochapieta@camara.gov.br

Ministro da Justiça
TARSO GENRO
gabinetemj@mj.gov.br

• Envie mensagens para todos os deputados da Comissão de Direitos Humanos. http://www2.camara.gov.br/comissoes/cdhm/membros.html
• Envie mensagens para todos os deputados federais do seu estado. http://www2.camara.gov.br/deputados
• Organize uma sessão de exibição do filme Hakani, seguida de um debate. Acesse www.atini.org para encontrar mais informações para o debate. Se você precisar de alguém para ajudar no debate, entre em contato – vozpelavida@gmail.com
• Coloque esse assunto no seu site, no seu blog, na sua comunidade orkut.
• Coloque o clipe do filme Hakani em seu site ou blog
• Organize uma manifestação popular, uma passeata, uma vigília num local público, chame a mídia.
• MULTIPLIQUE SUA VOZ - envie esse material para sua lista de amigos e contatos e multiplique essa campanha!!!!

Acesse os sites www.hakani.org e www.atini.org para mais informações sobre o assunto.

IMPORTANTE!!! POR FAVOR NÃO FAÇA NENHUMA REFERÊNCIA À SUA ORGANIZAÇÃO OU DENOMINAÇÃO EM SUA CAMPANHA – ESSA CAUSA É MUITO MAIOR DO QUE QUALQUER INSTITUIÇÃO. MOVIMENTOS POPULARES TÊM MUITO MAIS VITALIDADE E FORÇA. HAKANI E SEUS AMIGOS PRECISAM DA SUA AJUDA!!!!!!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

VIVENDO O EVANGELHO DIA-A-DIA!

Aquele que diz que está nele também deve andar como ele andou. 1 João 2:6. Porque muitas pessoas que se dizem evangélicas dão tão mau testemunho cristão? Ser chamado de evangélico há alguns anos atrás era uma classificação que socialmente, tinha uma característica por um lado antiquada em se tratando do tipo de roupa que a pessoa usava, e por outro, trazia o significado de uma pessoa honesta e correta nos seus negócios. Atualmente aqui no Brasil, ser evangélico é um “status” que está na moda. Constantemente os termos “evangélico” e “cristão” são confundidos. O termo “evangélico” está ligado ao evangelho, boas novas de salvação, porém não expressa o caráter de uma pessoa, mas uma classificação religiosa assim como protestante, católico e etc. O evangelho sim, está ligado com a cruz, morte para o pecado e vida nova em Jesus Cristo. No entanto o termo “cristão” está diretamente ligado ao caráter de alguém. Veja o seguinte texto: E, por todo um ano, se reuniram naquela igreja e ensinaram n...

DOIS FILHOS E O ARREPENDIMENTO

E que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Chegando- se ao primeiro, disse: Filho, vai hoje trabalhar na vinha. Ele respondeu: Sim, senhor; porém não foi. Dirigindo- se ao segundo, disse- lhe a mesma coisa. Mas este respondeu: Não quero; depois, arrependido, foi. Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram: O segundo. Declarou- lhes Jesus: Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes vos precedem no reino de Deus. Porque João veio a vós outros no caminho da just...iça, e não acreditastes nele; ao passo que publicanos e meretrizes creram. Vós, porém, mesmo vendo isto, não vos arrependestes, afinal, para acreditardes nele. (Mateus 21:28-32) Quem conhece sua própria condição não sustenta soberba ou arrogância, mas por causa do amor de Deus se derrama diante DEle clamando sua misericórdia. Contextualizando, publicanos eram pessoas non gratas no meio dos judeus, pois cobravam impostos desonestos de seus pares. As meretrizes ou prostitutas eram consideradas impuras e por is...

O BARCO FURADO DA JUSTIÇA PRÓPRIA

Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno. Salmos 139:23-24 Esta é uma declaração muito honesta de uma nova criatura que está sendo tratada pela obra da cruz de Cristo. Caracteriza alguém que sendo impactado pelo caráter de Cristo reconhece em si, sua inadequação, finitude e carência da graça e misericórdia de Deus. Durante seu tempo de ministério terreno, Jesus Cristo foi ouvido por pessoas de todas as classes sociais que o rodeavam. Enquanto ensinava aos seus discípulos, Ele os desafiava a refletirem sobre a Palavra de Deus e suas vidas. Certo dia, Jesus lhes propôs uma parábola, referindo-se especificamente àqueles que se consideravam justos e desprezavam os outros (Lucas 18.9-14). Ele falou de dois homens que subiram ao templo com o propósito de orar: um era fariseu, e o outro, publicano. Os fariseus pertenciam ao grupo religioso judaico, que se distinguia pela estrita obediê...