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ADORAÇÃO NOSSA DE CADA DIA 2


Isto, portanto, digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução para, com avidez, cometerem toda sorte de impureza. Efésios 4.17-19

Estamos no mês de junho e é muito comum vermos escolas e agremiações realizando a chamada “festa junina”. No entanto tem se tornado freqüente também igrejas realizarem este tipo de festa. Ùltimamente também temos visto as chamadas “Festas Gospels”, os “Shows Gospels” e até “Carnaval Gospel”. Com certeza, se questionarmos essas práticas para um grupo de pessoas membros de uma igreja evangélica, teríamos diversos argumentos prós e contras. Porém, toda a argumentação que se possa fazer deve estar fundamentada nas Escrituras sem que haja algum texto fora do seu contexto que seja usado como pretexto. Para essa explanação podemos partir do princípio que Deus não faz ou usa no seu Reino algo parecido com o mundo para atrair ao mundo.

Todo argumento que possamos usar para afirmar nossos interesses vem da natureza carnal que é seduzida no âmbito das emoções, vontade e razão. A sedução do pecado tem como alvo de sua conquista os sentimentos que vão gerar controvérsia e dúvida entre a vontade e a razão. Em Gênesis 3.6 lemos: Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. Desde o princípio é assim, a vulnerabilidade do homem se encontra no âmbito do seu desejo e para atraí-lo ao pecado, Satanás ataca o homem no campo das emoções (boa para se comer), da vontade (agradável aos olhos), e da razão (desejável para dar entendimento).

A Festa Junina é para a maioria das pessoas encarada com algo inofensivo, sem nenhum comprometimento ou problema em relação à fé cristã. Em muitos momentos o povo de Israel também pensou assim em relação às práticas pagãs dos povos ao seu redor e Deus lhes castigou duramente. Quando Deus fez aliança com o povo de Israel, o primeiro mandamento que Deus deu a Moisés foi “Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força”. Dt 6.5. E logo em seguida: “Não seguirás outros deuses, nenhum dos deuses dos povos que houver à roda de ti, porque o SENHOR, teu Deus, é Deus zeloso no meio de ti, para que a ira do SENHOR, teu Deus, se não acenda contra ti e te destrua de sobre a face da terra”. Dt 6.14,15.

Comecemos, pois a entender a origem da chamada “Festa Junina” na história. Para os povos da Antigüidade, junho era um mês especial. A primavera chegava ao fim e o verão se aproximava. Em todo o Hemisfério Norte, junho é o mês do solstício de verão: a partir daí, os dias passam a ser mais longos e quentes – época ideal para preparar a terra para o plantio. Por ser um período do ano tão especial, o costume de festejar esse mês surgiu na Europa antiga, antes do cristianismo. Na Antigüidade, quando a ciência ainda não havia explicado o funcionamento do universo, as alterações no clima eram atribuídas à magia e aos deuses. Dias quentes e ensolarados, depois dos meses frios do inverno e dos dias amenos da primavera, eram considerados uma bênção divina. Assim, os povos daquela época criaram rituais para garantir a boa vontade e a bondade das divindades responsáveis por esses fenômenos.

Antes de o cristianismo dominar a Europa, as festas juninas comemoravam a deusa Juno, mulher de Júpiter, que fazia parte do panteão do Império Romano. Para diferenciar as festas de Juno da festa de João, a Igreja Católica passou a chamá-las 'joaninas'. Com o tempo, as festas joaninas, realizadas em junho, acabaram sendo mais conhecidas como 'juninas'. Quando o cristianismo tornou-se a religião oficial do Ocidente, no século IV, as principais celebrações pagãs foram sendo incorporadas ao calendário das festas católicas. Foi assim com o Natal, com o Dia de Todos os Santos e também com as festas juninas. Já no século VI, a Igreja Católica reservou o dia 24 de junho para comemorar o nascimento de São João Batista, que, segundo a Bíblia, batizou Jesus Cristo. Aos poucos os cristãos foram criando novos mitos para explicar as práticas anteriores (pagãs). Estavam fazendo o que hoje chamamos sincretismo religioso. Por exemplo: para justificar o uso do fogo na festa cristã, conta-se que Santa Isabel teria acendido uma fogueira para avisar Maria – sua prima – do nascimento de seu filho João Batista. As comemorações foram ampliadas no século XIII, incluindo o dia da morte de Santo Antônio de Pádua, 13 de junho, e o da morte de São Pedro, 29 de junho.

Apesar de ser "de São João", os três santos homenageados estão representados em sua ponta. Casamento caipira - Uma das mais divertidas tradições das festas juninas é, sem dúvida, o casamento caipira – também chamado de "casório matuto". A representação, em tom de brincadeira, é cheia de malícia e conotações sexuais. A história sofre pequenas variações, mas o enredo é sempre o mesmo: a noiva fica grávida antes do casamento e os pais obrigam o noivo a se casar com ela. Desesperado, o noivo tenta fugir, mas é impedido pelo delegado e seus soldados, que arrastam o "condenado" ao altar e vigiam a cerimônia. “Depois que o casamento é realizado, inicia-se a quadrilha.”

Quando os jesuítas chegaram ao Brasil, difundiram várias festas religiosas. E logo as celebrações se mostraram muito eficazes para atrair a atenção dos indígenas para a mensagem catequizadora dos padres. Em especial as festas joaninas – comemoradas com fogueiras, rezas e muita alegria –, que coincidiam com o período em que os índios realizavam seus rituais de fertilidade. De junho a setembro é época de seca em muitas regiões do país. Os rios baixos e o solo seco deviam ser preparados para o plantio. Os roçados do ano anterior ainda estavam repletos de mandioca, cará, inhame, batata-doce, abóbora e abacaxi. Também era época de colheita do milho, do feijão e do amendoim. Tanta fartura era considerada uma bênção e devia ser comemorada com danças, cantos, rezas e muita comida. Essa coincidência de comemorações fez com que as festas juninas ficassem entre as preferidas da população. E a tradição mantém-se até hoje em várias cidades brasileiras: nas festas juninas deve-se agradecer a abundância do ano anterior, reforçar os laços familiares e rezar para que os maus espíritos não impeçam a próxima colheita.

A influência brasileira pode ser percebida nas comidas servidas durante a comemoração. Alimentos como o aipim (ou mandioca), milho, jenipapo e leite de coco foram introduzidos na festança pelos brasileiros, além de costumes como o forró, o boi-bumbá, a quadrilha e o tambor-de-crioula. Das terras francesas, vieram os passos e marcações inspiradas na dança da nobreza européia. Já dos chineses vieram os famosos fogos de artifício. A dança-de-fitas, bastante comum no sul do Brasil, é originária de Portugal e da Espanha. Para os católicos, a fogueira, que é maior símbolo das comemorações juninas, tem suas raízes em um trato feito pelas primas Isabel e Maria. Para avisar Maria sobre o nascimento de São João Batista e assim ter seu auxílio após o parto, Isabel acendeu uma fogueira sobre o monte.

Conhecido como santo casamenteiro, Santo Antônio tem milhares de devotos espalhados pelo Brasil e também em Portugal. Seu dia é comemorado em 13 de junho, em meio às festas juninas, por isso Antônio é um dos santos mais lembrados nessas festas. Normalmente, sua figura é representada carregando o menino Jesus em seus braços. Muitas mocinhas afoitas para encontrar um marido retiram o bebê dos braços do santo e prometem devolvê-lo depois de alcançarem seu pedido. Outras jovens colocam a imagem de cabeça para baixo e dizem que só mudam de posição quando Santo Antônio conceder-lhes a graça de ter um marido. Essas simpatias geralmente são feitas na madrugada do dia 13. Mas nem só de casamento vive o santo. Ele também é conhecido por ajudar as pessoas a encontrar objetos. Em uma reza conhecida como "os responsos", o santo é invocado para achar coisas perdidas. Numa outra cerimônia, conhecida como trezena, os fiéis entoam cânticos, soltam fogos, e celebram com comes e bebes e uma fogueira com o formato de um quadrado. Essa festança acontece de 1° a 13 de junho.

Alguém talvez, depois de ter lido tudo isto ainda possa pensar que não é com esse propósito que evangélicos participam e promovem em suas igrejas tal tipo de festa. Eu lhe digo que também em Êxodo 32 não parecia que o povo queria adora outros deuses – “Arão edificou um altar diante do bezerro de ouro e anunciou: Amanhã haverá uma festa dedicada ao Senhor (...). Na manhã seguinte, ofereceram holocaustos e sacrifícios de comunhão. O povo se assentou para comer e beber, e levantou-se para se entregar à farra (...). Disse o Senhor a Moises: Tenho visto que este povo é um povo obstinado. Deixe-me agora para que a minha ira se acenda contra eles, e ou os destrua. Depois farei de você uma grande nação.”

Quando olhamos para os textos de Atos que descrevem o crescimento e desenvolvimento da Igreja Cristã é de se esperar que na seqüência, o Evangelho influencie todas as áreas da sociedade mundana e não o inverso. Temos visto com freqüência que a música cristã, os cultos, as reuniões e as festas cristãs têm sido influenciadas pelo mundanismo. Falsos argumentos evangelísticos criados por líderes eclesiásticos tem sutilmente cauterizado a mente de muitas pessoas sinceras em relação a ensinamentos tão claros em relação ao caráter de Deus.

Deus é santo e não se mistura com o pecado assim como Ele não admite que os seus se misturem também com o pecado. Adoração é algo sério que Deus não aceita se estiver misturado com mundanismo, pelo contrário, Ele abomina. Quando Jesus fez a oração descrita em João 17.16, dizendo: “Eles não são do mundo, como também eu não sou”, Ele disse que embora vivêssemos no mundo o mundo não deveria viver em nós. Jesus continua dizendo: E a favor deles eu me santifico a mim mesmo, para que eles também sejam santificados na verdade (v.19).

Gostaria de repetir uma frase que já citei neste texto: Deus não faz ou usa no seu Reino algo parecido com o mundo afim de, atrair o mundo para Ele. Deus nos enviou Jesus Cristo para morrer na Cruz, afim de que na sua morte também morrêssemos para o mundo e a partir daí vivermos para Ele. Somos atacados diariamente na nossa mente e o inimigo sabe que se nossa mente for infestada de conceitos mundanos e não bíblicos haverá confusão e pecado em nossas vidas. Por isso o Apóstolo Paulo nos adverte tantas vezes dizendo “pensai nas coisas que são do alto e não nas que são daqui da terra” (Cl 3.2), “transformai-vos pela renovação da vossa mente” (Rm 12.2), “Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo”. (2 Co 11.3). “Todas as coisas são puras para os puros; todavia, para os impuros e descrentes, nada é puro. Porque tanto a mente como a consciência deles estão corrompidas”. (Tito 1:15).

Amados, que o Senhor nos dê sabedoria em tudo, para que em tudo Deus seja glorificado nas nossas vidas.

Fontes de pesquisa:
www.bibliotecavirtual.sp.gov.br/
http://www.bibliaonline.net/aconselhamentos

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